sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fisioterapia na equipe multiprofissional de paciente com osteomielite

Introdução


Fratura é uma interrupção da continuidade do osso, podendo acontecer devido a um trauma, fadiga ou alguma patologia (GUIMARÃES, 2006) 17. A maioria das fraturas é devida a algum tipo de trauma. Pode ser um choque direto com força considerável, como pode ser um acidente de automóvel (SALTER, 1985) 9. Existem dois tipos principais de fraturas: fechada (não há comunicação entre a superfície externa do corpo e a fratura) e aberta (há comunicação entre a fratura e a pele) e várias subdivisões que são denominadas de acordo com a posição das partes fraturadas do osso (Manual Meck,2006) 16. Na fratura da diáfise femoral podem apresentar tipos diferentes como transversal, oblíqua, espiral e cominutiva. Elas podem provocar encurtamento se não forem corrigidos trará seqüelas (SENA, 2005) 12

. O fêmur é o maior osso do corpo e sua diáfise é particularmente forte nos adultos. Freqüentemente as fraturas da diáfise femoral são resultantes de traumas de alta energia. Deste modo, é necessário um traumatismo direto violento (BROWNER, 2008) 10. Uma fratura pode gerar séries de complicações, como lesões de grandes vasos e nervos, fraqueza muscular, rigidez articular, danos viscerais, trombose, infecções, problemas de consolidação, necrose avascular, gangrena, osteomielite, contratura e muitos outros embaraços (WENSTEIN, 2008) 11. A osteomielite é a infecção óssea geralmente causada por bactérias, podendo, algumas vezes, ser causada por fungo. Quando um osso é infectado, a sua parte interna e macia (a medula óssea) freqüentemente edemacia. Com a pressão exercida pelo tecido edemaciada contra a parede externa rígida do osso, os vasos sangüíneos da medula podem ser comprimidos e, conseqüentemente, ocorre uma redução ou uma interrupção da irrigação sangüínea ao osso. Sem uma irrigação sangüínea adequada, partes do osso podem morrer (MOTA, 2004) 8. A partir do osso, a infecção também pode disseminar-se para o exterior, formando coleções purulentas (abscessos) nos tecidos moles adjacentes (p.ex., músculos). (lima, 2007)4segundo Yamaguchi3, São várias as causas da osteomielite, tais como disseminação hematogênica, implantação direta pós-trauma e extensão da infecção de partes adjacentes. A localização e aparência da osteomielite dependem de vários fatores, incluindo a idade do paciente, o tipo e virulência do organismo e a presença de certas condições clínicas como anemia falciforme, diabetes melito, uso das drogas endovenosas ou imunodepressão. O ponto alto da infecção é manifestado por dor intensa, edema e sinais flogísticos na região . A temperatura se eleva sistemicamente e no local à temperatura média é de 39°C e febre, que é o sinal mais habitual de uma infecção, freqüentemente está ausente. As infecções ósseas decorrentes de infecções de tecidos moles adjacentes ou de uma invasão direta provocam dor e edema na área sobre o osso. (ZUMIOTTI, 2007) 4. Depois de diagnosticada a osteomielite com exames clínicos, exames radiológicos e laboratoriais ( cultura com antibiograma, hemograma) (incx serviços de saúde, 2006) 15

. Podemos ter complicações após o decorre da infecção como redução da taxa de crescimento ósseo da fratura, fraturas patológicas, angulação do osso afetado, contraturas musculares dolorosas, epitelioma, amiloidose. (GUIMARÃES, 2008) 6O objetivo deste trabalho é descrever o caso de fratura diafisaria de fêmur esquerdo que após cirurgia foi contaminada por bactéria gerando uma osteomielite, retardando a reabilitação fisioterapêutica.


relatode caso


Paciente JM sexo masculino, estudante e atleta 15 anos sofreu uma fratura oblíqua na região da diáfise femoral devido a uma força da rotação durante acidente automobilístico no ano de 2000, chegando ao hospital São Vicente de Paula no dia 08/10/00 com poli-traumatismos, dentre os traumatismos, havia uma fratura diafisaria de fêmur esquerdo, logo após socorro iniciou o tratamento com cirurgia de urgência havendo a necessidade de colocação de fixação interna (haste intramedular) e em seguida liberado para fisioterapia (Schatzker, 2002)7

A abordagem da fisioterapia visou o relaxamento muscular, diminuição do quadro álgico usando massoterapia, ganho de amplitude de movimento, fortalecimento muscular com exercícios cinesioterapêuticos, propriocepção e treino de marcha em paralelas para deambulação com auxilio de muletas, o paciente apresentou com uma boa evolução. Após 168 dias, ele já deambulava só com auxilio de uma muleta contra lateral a fratura e apresentou-se na seção de fisioterapia com sintomas de infecção como febre, dor intensa, edema e sinais flogísticos na região da coxa esquerda.

Logo ele foi encaminhado para o médico, e com raio-X foi diagnosticada a osteomielite na fratura diafisaria de fêmur esquerdo infectado por pseudomonas, Devido a infecção o calo ósseo estava retardado e o medico marcou cirurgia para retirada da fixação interna e colocando de fixadores externos para estabilizar a fratura externamente e retirada do foco, com uma sequestectomia, em seguida, o paciente foi encaminhada para a fisioterapia. Para retornar todo o processo de reabilitação. No decorrer da infecção o paciente foi submetido a mais dois cirurgias de sequestectomia, antibióticos e fisioterapia logo após das 24 horas de cirurgia.

Após 36 meses devidos complicações da patologia, o paciente apresentou uma melhora geral, mas principalmente da amplitude de movimento do joelho esquerdo, atingindo 90º de flexão, trofismo muscular, melhora da cicatriz, melhora de consolidação e das funções de sua avds.


DISCUSSÃO


Tannura1 afirma que numa incidência de 16 pacientes, iniciaram a fisioterapia motora após indícios clínicos e radiológicos de consolidação óssea, embora a literatura indique a mobilização precoce. A limitação funcional secundária ao período prolongado de imobilização já estava presente antes da cirurgia, não interferindo nas atividades diárias desses indivíduos após 168 dias com aparecimento de sintomas de infecção apresentado também problemas na consolidação foi diagnosticada através de raio X.

As fraturas patológicas ocorrem como resultado de uma doença que afeta a composição do osso, tornando-o propenso à fratura, com freqüência, como resultado de uma lesão relativamente simples. Existem várias desse tipo, porém as mais comuns são o carcinoma metastático, o sarcoma osteogênico, a osteogênese imperfeita (fragilidade óssea), a doença de Paget e infecção óssea. (Anais do 37º Congresso de Ortopedia e Traumatologia, 2005) 5 . Kumar2 afirma que a osteomielite piogênica e hematogênica é a segunda infecção mais grave a nível ósseo, perdendo apenas para a tuberculose óssea.

Os ossos do membro inferior na maioria dos casos, apóiam carga e, assim, a fratura pode causar uma perda de mobilidade, pois o paciente fica incapaz de andar e pode precisar de muletas, bengala ou de um andador iniciando com hidroterapia precoce (CAMPION, 2000) 14. A fisioterapêutico destaca-se nas seguintes melhoras: cicatrização completa da lesão trófica, ausência das dores no local da lesão, evidente granulação da fistula e regressão importante e acelerada do edema, aumento de ADM, trofismo muscular, diminuição de aderência pos varias cirurgias, reeducação da marcha, aumento da densidade óssea (SHESTACK, 1987) 13

.

Conclusões:

O protocolo de tratamento é considerado completo para o caso. Diante desse caso, observamos um alto seqüestro ósseo devido o agente patológico (Bactérias). Tempo elevado de consolidação e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, dando ênfase o tratamento fisioterapia como diferencial, focando a relação terapeuta paciente, ajudando a consolidação, prevenindo futuras patologias osteomioarticular e uma melhora das atividades da vida diária. Essa infecção com o diagnostico precoce e tratamento adequado pode oferecer ao paciente uma melhor perspectiva de cura e evitar a amputação ou até a morte. Através de um pré-diagnostico podemos aumentar a chance de cura do paciente. O Fisioterapeuta tem importância considerável na reabilitação psicossomática do paciente com pseudo-artrose infectada devido seu alto tempo na fisioterapia.



Referência bibliográfica

1-ANA RAQUEL HAYASHI TANNURAI; DÉCIO JOSÉ OLIVEIRAII; JOSÉ WAGNER DE BARROSIII Tratamento da pseudartrose diafisária do úmero com placa de compressão AO 3,5 mm e aparelho gessado toracobraquial, Acta ortop. bras. vol.10 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2002

2-KUMAR, CONTRAM & ROBBINS. VINAY, RANZI & STANLEY . Patologia Básica. 5. ed., Rio de Janeiro: Ganabara Koogan. 1994.

3-YAMAGUCHI MAGNÉTICA CLAUDIA KAZUE Avaliação da osteomielite crônica pela Tomografia computadorizada e ressonância *, Rev Bras Reumatol – Vol. 39 – Nº 3 – Mai/Jun, 1999

4-DR. ANA LUCIA L. MONHOZ LIMA & PROFESSOR DR. ARNALDO VALDIR ZUMIOTTI -osteomielite- Um desafio multidisciplinar pratica hospitalar ano xI nº 52 jul - ago/2007

5-TRATAMENTO DA PSEUDOARTROSE DO COLO FEMORAL: UMA NOVA TÉCNICA – Anais do 37º Congresso de Ortopedia e Traumatologia – 29 de outubro a 1 de novembro de 2005 – vitória-ES

6- JOÃO MATHEUS GUIMARÃES1, TRATAMENTO da infecção após o uso de haste intramedular nos ossos longos, Revista do INTO - ANO I VOL I Nº 1 15

7JOSEPH SCHATZKER E MARVIN TILE Tratamento Cirúrgico das Fraturas Editora: Revinter Segunda edição de 2002.

8- MARCELO FARIAS MOTA, osteomielite após fratura fechada de extremidade distal de radio, , ver, brás orto-vol. 39nº 6- junho, 2004.

9-ROBERT B. SALTER, distúrbios e lesões do sistema músculo-esqueletica. 2º edição 1985,medsi

10-BRUCE D. BROWNER, traumatismo do sistema musculoesqueletico, volume 1, segunda edição

11-STUART L. WENSTEIN, ortopedia de turerk, quinta edição malone.

12-BRUNO - JULIANA SENA - PRISCILA SANTOS - THYAGO E VIVIANE Fraturas da Diáfise Femoral disponilvel em<http://www.wgate.com.br/fisioweb> acesso em 25/08/05